terça-feira, 30 de janeiro de 2007

RON MUECK, um gênio da escultura contemporânea


Aquí estão postadas algumas das esculturas do gênio da escultura contemporânea, o australiano Ron Mueck. Assisti a reportagem sobre sua exposição no Brooklin Museum em Nova York, transmitida pelo Jornal HOJE, da TV Globo, e imediatamente me interessei em pesquisar e saber um pouco mais sobre esse mago da escultura moderna.
Seu realismo fantástico faz com até os que não apreciam a arte fiquem boque- abertos,vejam:




Observe o tamanho das esculturas, geralmente enormes ou muito pequenas. Magníficas não?





















Acima, detalhe do rosto da gestante.

























































Aquí está parte da reportagem:


'Um rosto adormecido, um homem solitário, um bebê que acaba de chegar ao mundo. É ver para não esquecer nunca mais. Não é uma exposição comum. Não basta olhar para as esculturas. É preciso ficar atento aos detalhes, porque o artista Ron Mueck não esqueceu de nenhum.
O corpo humano é reproduzido de forma impressionante, em minúcias. A barba que cresce no rosto, os pelos na orelha, os tipos variados de cabelo, os poros da pele, as veias realçadas, as manchas da idade, as rugas da vida...
É como se você estivesse frente a frente com um ser humano e que ele fosse se levantar ou falar, a qualquer momento. A semelhança com a realidade nas obras desse australiano tem chamado a atenção do mundo todo.
Ron Mueck começou fazendo bonecos, marionetes, e foi aperfeiçoando. Em 1997, criou a primeira escultura. Mueck retratou o pai morto. A partir daí, ele passou por todas as fases da vida. "A mulher grávida", com todas as alterações do corpo, impressiona pela perfeição. Em "O Menino Agachado", Mueck não deixou passar nem a unha crescida.
As esculturas também trazem a fidelidade do movimento da pele. Ela se enruga, acompanhando a posição em que a figura foi esculpida, ou se dobra, revelando o excesso de peso e a flacidez. O mais interessante é descobrir como o artista chega ao produto final. São meses de trabalho, independentemente do tamanho da obra. A dificuldade é tão grande que a produção não passa de duas esculturas por ano.
Ele foi inventando o melhor tipo de material, misturando produtos para conseguir a consistência, a semelhança, descobrindo moldes para os corpos. Para conseguir o resultado ideal, que lembra tanto a cor e a textura da pele humana, Mueck usa silicone, fibra de vidro, resina acrílica, poliéster. Os pelos são cabelos artificiais. Ron Mueck tem o cuidado de prender ou espetar um fio de cada vez na barba, na cabeça, nas pernas e braços, para dar um efeito real.
Não é só a reprodução do corpo. Ron Mueck parece reproduzir também a alma das figuras que ele esculpe. O artista não dá a menor importância ao tamanho real. As obras podem ter uma escala reduzida. Mas todas as esculturas têm uma expressão, um olhar de melancolia, de solidão. E é difícil não perceber essa marca.
O olhar distante, desconfiado, carregado de tristeza, os gestos inseguros... O curador da exposição diz que esta é maior marca de Ron Mueck. "As expressões são profundas, conseguem retratar os sentimentos humanos", ele diz. Com apenas 10 anos de carreira, Ron Mueck já entrou para a lista dos artistas geniais. Um tipo diferente, que faz todo mundo imaginar que, por dentro destas estruturas ocas, parece bater um coração. '




Texto extraído do site do Jornal Hoje,da TV Globo.




INVEJA, mal que não contribui para a paz


É engraçado ver como a humanidade clama por paz!Paz!

Pra começar a paz está dentro de cada um de nós.

Se vc está em paz contigo mesmo,vc está em paz com o mundo.Há inúmeros fatores que nos levam a não sermos portadores da paz interior e uma delas, ao meu ver, é a inveja.

É um sentimento torpe e difícil de ser liberado pela natureza humana.O mais triste disso tudo é que a inveja não está enraizada somente na ânsia da obtenção dos bens de consumo alheios não...as pessoas invejam rostos, corpos, olhos, bocas, cabelos, amigos,'números de amigos', olha que absurdo!

Invejam simpatia, postura, determinação, elegânica, coragem,e assim vai...considero até que invejam sentimentos ruins que outros possam ter e que de repente o invejoso gostaria que tivesse também.

É um sentimento 'desgraçado', rs..minha mãe abomina essa palavra, acha ela 'forte', carregada de sentimentos negativos, eu também, até por influência dela mesmo, mas não consigo ver uma outra adequada pra substituí-la.

Geralmente as pessoas invejosas tomam posturas opostas ao alvo invejado.

Eu já ví inveja dentro do orkut, entre pessoas desconhecidas!

Exemplificando:

'- Noooooossa, eu não coloco fotos pessoais, acho uma necessidade de auto-afirmação,de querer aparecer...!"

Quando vc vai conferir a única fotografia que o (a) miserável tem no álbum, é uma foto pequenininha, e o(a) sujeito(a) ainda é desprovido do que chamamos de beleza exterior.

Pow! Nada contra os feios(as), até porque a beleza de que precisamos está dentro de nós.

Mas fala sério, as fotos pessoais de quem o (a) sujeito(a) se referia era de uma pessoa com uma aparência bonita, elogiada!

(E não foi comigo isso não ein!

Sério,uhasuhsusa...todo mudo sabe que adoro postar e trocar minhas fotografias,mas infelizmente,rs...esse episódio não foi comigo..comigo aconteceu algo bem parecido numa comunidade que participo,saquei que rolou um tipo de inveja,mas resolvi respirar fundo contar até 100,sauhuhsahushusuhsuh,e ficar quieta,pq já tinha tocado fogo demais no tópico,e acho que tem coisa mais proveitosa pra fazer ao invés de ficarmos discutindo em comunidade do orkut.Mas..senti que tinha uma galera colocando fogo e afirmo aquí que acho que rolou uma invejinha básica sim,rs...)

Pensei na hora: Misericórida, meu Deus, vai ter inveja assim na Conchinchina! No fundo ele (a)queria ter aquele cabelo, aquele sorriso, sei lá mais o que..

Como não pode, tenta ridicularizar seu alvo. E o mais engraçado disso tudo é que invejoso quando ridiculariza parece tão entorpecido por esse sentimento que não percebe que 'outras pessoas' estam pensando extamente a mesma coisa do que escrevi aquí, e continua 'martelando', 'delirando' sobre a vida alheia, o assunto chega a dar voltas em outros parâmetros que o alvo possa estar envolvido..afeeee

Lí um artigo um dia desses que dizia assim:

' O invejoso não suporta ver um novato invadir espaços que ele, em sua santa indolência, também ocupa . Se sente atingido, usurpado e se agarra, com unhas e dentes, ao espaço que ele acha que é seu e somente seu. Uma sutileza interessante, já que o homem pré-histórico, movido pelo instinto brutal, destroçava o seu algoz, a fim de se apropriar de seus pertences. O tempo passou, a evolução se processou como convém à estrutura das leis naturais, mas o princípio permanece o mesmo.O invejoso passa para o boicote, vai minando com fofocas e pequenas atitudes estrategicamente montadas, a fim de destruir o novo trabalhador da Doutrina. Quer provar, ao menos para si mesmo, que o espaço é dele, e somente dele.'

Interessantíssimo não?

Pois é as pessoas muitas vezes deveriam ficar quietas ao invés de inflamar a vida alheia.




Virgínia Larghi.

O problema do medo


"Não existe medo sem causa,assim, o problema do medo já é o próprio medo."


Que temos inúmeros receios todos sabemos, afinal isso é algo comum, todos tem seus próprios temores. São temores pessoais, coletivos, inconscientes, e há um sem fim número de qualificações e explicações para todos os nossos medos. Mas saber as causas dos nossos receios, novos e velhos, não resolve o problema do medo, não elimina a condição medo do nosso ser. Fácil é enumerar nossos receios e temores, os receios dos nossos amigos, os receios de toda humanidade, mas o simples fato de enumerá-los não significa que os estamos transcendendo. Receamos quase tudo que se oponha ao nosso bem estar, isto é muito simples de se compreender, mas o simples se dar conta disso, não resolve o problema.
A coisa a princípio é muito simples. Nosso inteiro ser caminha apenas numa direção, e esta é a busca de satisfação pessoal, assim, qualquer coisa que se oponha a esse princípio, qualquer evento que possa parecer um obstáculo à obtenção dessa satisfação, será para nós uma causa, o veículo através do qual o medo se manifestará. Se me agrada e me dá satisfação, isto me atrai, se não, tratarei de evitar. Não há como ser diferente faz parte da programação básica de todo animal, racional ou não. Somos movidos pelo desejo de obter prazer, prazer com facilidade em tudo que fazemos, e qualquer insinuação de ameaça entre nós e a obtenção dessa satisfação, o que significa indício de insatisfação, isso logo se transforma numa incerteza acompanhada de receio, uma coisa através da qual o medo em nós se revela. Mas a coisa através da qual o medo se manifesta em nós, não pode ser propriamente o estado medo, e sim apenas uma causa que o desperta. Supondo alguém que tenha medo de baratas, pois sabemos baratas fazem parte dos temores conscientes e inconscientes de muita gente; mas também sabemos que em determinadas culturas, pessoas idolatram a barata como objetos de fetiches, outros a tem como uma fina iguaria em sua culinária, e assim podemos perguntar; por que a barata não assusta a todos? A resposta é simples, porque a barata não é o medo, e sim um objeto qualquer, uma coisa através da qual o medo de manifesta em algumas pessoas ou culturas, mas não em todas, não sendo em todas, não é o medo. O objeto causador do medo, não é o medo, mas a causa, o veículo através do qual o medo se apossará de nós. Podemos sentir prazer ao presenciarmos uma bela e exuberante paisagem, e aversão ao presenciar uma cena de miséria. Vivemos numa eterna condição onde somos obrigados a escolher. Escolhemos tudo. Que caminho devemos tomar para ir ao trabalho, qual a melhor hora, qual o melhor carro, qual a melhor roupa, qual o melhor partido para nosso matrimônio, qual o melhor nome para nossos filhos, e de verdade nunca paramos de escolher. Se temos diante de nós a possibilidade de escolha, nos parece óbvio que nunca somos livres, pois sempre precisaremos escolher, o que sugere um eterno conflito. Onde há escolha há sempre conflito, e onde há conflito não existe liberdade. O ato de escolher já é o próprio conflito. Escolho porque tenho as opções, escolho porque não sou livre para fazer o que quiser, escolho porque desejo para mim o melhor dentre os disponíveis. Desejo enfim, garantia de satisfação. Mas se buscamos garantia em alguma coisa, é porque há a possibilidade de que aquilo não se concretize, ou não perdure o tempo que julgamos necessário à nossa plenitude, o que gera a insegurança, o medo, medo de perder o que já temos, medo de não conseguir o que ainda não temos, medo de não ser aquilo que ainda não somos. O nosso instinto básico de preservação nos diz que devemos evitar tudo aquilo que seja capaz de agredir nosso corpo. Essa condição, comum a todos os seres, não foi criada pelo pensamento, não depende de conceituação ou tratado ideológico de nenhuma espécie, é natural, é espontâneo. Isto significa que meus sentidos estão preparados de berço para agirem nessa direção. Assim, ao sofrer alguma agressão do meio onde vivemos, seja por má alimentação, seja por acidente, a natureza nos dotou de um mecanismo que permitiria memorizar aquele evento, apenas para que não precisássemos repetir a mesma experiência muitas vezes. A lógica é simples, se por desconhecer um alimento, nós o comemos e este nos envenena, a ponto de mal conseguirmos sobreviver à experiência, não houvesse o mecanismo de memorização, certamente que na próxima ocasião, já debilitado pela ocorrência anterior, meu corpo não suportaria a repetição. Memorizada a experiência está resolvido o problema. Temos então a seguinte condição; cinco sentidos físicos à avaliar meu mundo e escolher aquilo que é mais adequado à minha sobrevivência, e um outro sentido encarregado apenas de documentar tudo aquilo que estes percebem, ou experimentam. Se temos os olhos para expressar visão, os ouvidos para audição, a língua para o paladar, o nariz para o olfato, e todo corpo para as sensações tácteis, temos o cérebro para memorizar tudo que percebem estes sentidos, seria ele o recipiente, o órgão hospedeiro de um sentido aferidor dos outros sentidos. Assim, pela lembrança sabemos que eventos podem nos prejudicar e quais podem nos agraciar. Um evento, qualquer que seja, nunca poderá estar dissociado do seu objeto, a causa que o motivou. Desse modo, há sempre um objeto que nos conecta diretamente com qualquer problema, de qualquer natureza, cujo resultado seja insatisfação ou prazer.
Se temos receio de alguma coisa, descobrir que temos este receio, não resolve nada. Temos medo de muita coisa, medo de não ser bem sucedido, medo de não agradar ao esposo ou a esposa, medo de não vir a ser qualquer coisa. Saber disso não ajuda em nada a superação destes medos. A solução mais simples para se atravessar um rio caudaloso, certamente que não é construir uma ponte, principalmente se estamos com pressa e não temos os recursos para isto. Pode ser nadando, e posso ficar horas ou dias imaginando o que pode me acontecer se tentar atravessar a nado. Mas, e se o rio apesar de caudaloso e da aparência feroz, for raso e as corredeiras fracas? Poderia então atravessar simplesmente caminhando. Mas para descobrir se ele é raso, preciso me aproximar e examinar suas águas, e conhecê-lo melhor, coisa que a especulação causada simplesmente por temer suas águas turvas, não me deixa fazer. Mas o que é o medo afinal de contas, um estado emocional, um mecanismo de origem natural do qual foram dotados todos os seres vivos, ou algo exclusivamente humano? Ter medo é uma condição essencialmente racional e emocional, pois só podemos temer aquilo que conscientemente seja capaz de nos fazer algum tipo de mal, algo conhecido. Sabemos o que sentimos quando a sensação de medo toma conta de nós, e é quase certo que também sabemos o porque, pois não podemos imaginar um receio sem motivo. Uma coisa é certa, como não existe medo sem causa, a causa de qualquer medo é o próprio medo. Podemos perceber isso no exato momento em que estamos sentindo algum tipo de medo. A causa nesse momento pouco importa, mas o que estamos sentindo importa e muito. Fazendo isso, vamos ver o medo em atividade, o que ele causa em nós, o que estamos sentindo diante de sua manifestação. Se de um lado temos a causa que faz o medo explodir de dentro de nós, observar o que estamos sentindo naquele momento parece ser mais sensato que evitar a causa, o que origina esse medo. Evitando a causa, afastamos o temor, o que nos impede de ver o que é o medo. Questionar por que sentimos medo de alguma coisa, só tem algum valor prático se primeiro examinamos que tipo de sensação é aquela que estamos sentindo. Observar o que sentimos no exato momento do medo, é o mesmo que investigar a validade de sua causa, e não a origem, pois isso não ajuda em nada a superarmos nossos receios. Podemos deduzir que uma causa de medo é um trauma infantil qualquer, mas isso não resolve o problema. Apenas deixando o medo se manifestar a cada momento, sem rejeitá-lo ou afastar sua causa, pode nos ajudar a transcendê-lo de uma vez por todas. Se estou me afogando e vejo um tronco no qual posso me segurar, pouco importa para mim saber de que tipo de árvore ele é. Assim, diante de um medo, é importante observarmos seu mecanismo de ação em nós, como está reagindo nosso corpo, quais são meus pensamentos naquele momento, se estou ou não confuso, o que de verdade me assusta, sem justificativas, sem ressalvas, sem as costumeiras explicações que fundamentam e dão razão a esse medo. Examinando o medo em atividade, temos uma real chance de compreendê-lo. Mas nós sempre o rejeitamos, sempre o justificamos, sempre valorizamos mais a causa que seu efeito, e por isso nunca somos capazes de ficar livres dele. Uma causa de medo, que é o próprio medo, quase sempre oculta muitas outras causas, de muitos outros medos, um verdadeiro labirinto onde estão escondidas coisas que queremos ocultar de nós mesmos, ou de todos. Descobrir do que temos medo só tem valor se estivermos dispostos a descobrir porque o temos, e descobrir porque o temos, só tem valor se estivermos dispostos a compreender esse medo, como ele é capaz de nos afetar emocionalmente, sentir seus efeitos para sabermos o que é. Só após isso, podemos saber porque o tememos, isso é o mesmo que conhecer sua estrutura. Em contato direto com ele, não com as explicações que o caracterizam, não com os motivos conscientes ou inconscientes, mas frente a frente, conhecendo como age em nós, podemos finalmente questionar, se tem fundamento sua existência. A causa de uma raiva, o motivo que desperta em mim o estado de raiva, existe apenas porque há o veículo, que sou eu, onde ela pode se manifestar. Entretanto, ela só se manifesta se a causa existir. Desse modo, se sem a causa, o estado raiva não se manifesta em mim, posso concluir facilmente que a causa é a própria raiva, e como a causa é pessoal e afeta a mim, sem mim não existiria o motivo, que é a raiva, então eu sou a própria raiva. Assim, como na natureza não existe o estado medo, ou alegria, ou ódio, ou qualquer outro, posso concluir que eu sou o responsável pela existência de todos estes estados. Se todos estados emocionais do homem demandam um motivo para existir, estes motivos foram criados pelo próprio homem. Realização pessoal ou coletiva são condições que não existem na natureza. A natureza não tem sentimentos, não sofre, não criou os motivos que angustiam e levam o homem ao medo e ao sofrimento. Se existe em nós a busca constante de algo que nos garanta para sempre satisfação, haverá em oposição a possibilidade de não lograrmos êxito nos empreendimentos que elegemos como necessários, como pré-requisitos à nossa felicidade. A dúvida faz parte de nossas vidas, já que o desejo de obter alguma coisa, o desejo de poder mais, de saber mais, e tantos outros, que é a motivação de todo homem, sempre terá pela frente o processo de escolha, e se escolhemos é porque nunca temos certeza de que estamos fazendo a coisa certa, o resultado; conflito, ilusão, angústia, medo. Saber que temos medo, todos sabem; saber do que temos medo, isso também sabemos pois o motivo é o próprio medo. Questionar porque temos medo de tais coisas, pode ser o inicio da liberdade, mas a cura pode estar em descobrir o que é o medo. Normalmente não queremos nos aprofundar nos motivos que despertam em nós medo, eles podem revelar particularidades nossas que queremos ocultar. Assim, compreender o que é o medo, pode revelar porque as causas, são particularmente para nós um problema. Se me sinto inseguro por ser incapaz de assumir responsabilidades, preciso me perguntar qual é o verdadeiro motivo dessa insegurança. Mas o que normalmente ocorre é que a palavra insegurança, já tem seu próprio significado, e o conceito por trás da palavra me impede de prosseguir em minha busca por respostas. Ser inseguro é ser medroso, é ser covarde, é não ser capaz de assumir riscos, etc. Mas esta descrição está muito longe de significar o estado de insegurança em si, e assim, ao me deixar envolver pela descrição, não me permito compreender seu significado. A coisa é simples, se sou inseguro, há um motivo, sem motivo não haveria insegurança, e isso deveria me bastar para compreender a coisa. Mas o que fazemos é buscarmos imediatamente uma maneira de nos livrarmos dessa insegurança, uma fórmula mágica que elimine de nós tal estado emocional. Mas sem compreender o que significa o estado insegurança, seu real significado em mim, o que sinto quando ele se manifesta, ele não passará de um conceito, será apenas uma palavra a designar algo que desconheço. Como me livrar de algo que desconheço? Certamente que não há como. Preciso então ignorar o que há por trás do conceito insegurança, isso não importa, e sim o que sinto. Ciente do que sinto quando estou inseguro, poderei compreender o que é insegurança, saberei porque me afeta, saberei qual a sua causa, saberei o que fazer para enfrentar o problema.

Texto de Anne Marie Lucille