quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Coco avant Chanel (Coco antes de Chanel)

No último final de semana assisti junto de minha filhota o filme "Coco avant Chanel",uma biografia,bom..biografia (entre aspas )da inoxidável Coco Chanel,a estilista que revolucionou o mundo da moda,ícone de sublime elegância,eu já havia pensado em postar alguma coisa aqui sobre Chanel,depois que assisti ao filme então,não resisti.
Bom,voltando ao biografia entre aspas;justifico por que o filme conta a história dela desde que foi deixada pelo pai juntamente com a irmã num orfanato,até a abertura de sua primeira loja em Paris.
Na verdade a Chanel foi uma grande sortuda,teve o apoio no sentido literal da palavra de dois senhores milionários com os quais se relacionou.Mas obviamente se ela não fosse talentosa esses empreendimentos não teriam progredido.
O filme tem um cenário bucólico,mas interessante,o melhor de tudo mesmo é o charme irresistivel do ator Alessandro Nivola que interpreta Boy Capel,milionário inglês que se apaixona realmente por ela,e que a financia no seu empreedimento,e que segundo outras biografias foi o homem que ela também realmente amou,mas que faleceu abruptamente num acidente de carro,ainda bastante jovem.
Abaixo vai a cópia da sinopse do filme:

Sinopse
Uma garotinha é deixada junto com a irmã num orfanato no coração da França, e todos os domingos ela espera, em vão, que o pai volte para buscá-la… Uma artista de cabaré com voz fraca que canta para uma plateia de soldados bêbados… Uma humilde costureira que conserta bainhas nos fundos de uma alfaiataria de cidade pequena… Uma cortesã jovem e magricela, a quem seu protetor, Etienne Balsan, oferece um refúgio seguro, em meio a um ambiente de decadência… Uma mulher apaixonada que sabe que nunca será a esposa de ninguém, recusando-se a casar até mesmo com Boy Capel, o homem que retribuiu seu amor… Uma rebelde que considera as convenções de sua época opressoras e prefere usar as roupas dos homens com quem se envolve… Esta é a história de Gabrielle “Coco” Chanel, que começa a vida como uma órfã teimosa, e, ao longo de uma jornada extraordinária, se torna a lendária estilista de alta-costura que personificou a mulher moderna e se tornou um símbolo atemporal de sucesso, liberdade e estilo.


http://www.divinafutilidade/coco%20avant%20chanel.com

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Pagu - a musa do Modernismo

Pagú nasce Patrícia Rehder Galvão no dia 09 de junho de 1910 em São João da Boa Vista, São Paulo, terceira filha de Adélia Rehder Galvão e Thiers Galvão de França. Três anos depois a família se muda para São Paulo, cidade que passava, desde o fim do século XIX, por profundas transformações. Há um surto de expansão econômica motivado sobretudo pelas lavouras cafeeiras do interior do estado e pela proliferação de indústrias. É nesta cidade que crescia vertiginosa e desordenadamente que Patrícia passa a freqüentar a escola. De saia azul, blusa branca, cabelos soltos e batom escuro, ela chama a atenção dos rapazes da Faculdade de Direito ao passar diariamente pelo largo de São Francisco.
“Era uma menina forte e bonita, que andava sempre muito extravagantemente maquiada, com uma maquiagem amarelo-escura, meio cor de queijo palmira, e pintava os lábios de quase roxo, tinha um cabelo comprido, assim pelos ombros, e andava com o cabelo sempre desgrenhado e com grandes argolas na orelha. Passava sempre lá pela faculdade, de uniforme de normalista. E os estudantes buliam muito com ela, diziam muita gracinha pra ela (...) faziam muita piada e ela respondia à altura, porque não tinha papas na língua para responder”, descreve um estudante de direito da época.

Alfredo Mesquita, em texto de 1971, falou sobre a amiga: “Pagú fora aluna célebre da ‘Escola Normal da Praça’ (...) Corriam em São Paulo, cidade provinciana, histórias malucas a seu respeito: fugas, pulando janelas e muros da escola, cabelos cortados e eriçados, blusas transparentes de decotes arrojados, cigarros fumados em plena rua. Escândalos, para a época”.
A “escandalosa” Pagú presencia também, ainda que muito jovem – tinha à época 12 anos – a Semana de Arte Moderna de 1922 e o início do movimento modernista, do qual mais tarde iria participar. Em 1925, com quinze anos, passa colaborar no Brás Jornal, assinando Patsy.Além da Escola Normal, Zazá, como era conhecida pelos familiares, freqüenta com a irmã Sidéria o Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, onde lecionava Mário de Andrade. Numa crônica escrita para o Diário de São Paulo muitos anos depois, a própria Patrícia rememoraria o poeta àquela época:

“Mário de Andrade tinha um riso largo de criança, na minha infância, eu roubando frutas no tabuleiro da casa que tinha perto do Conservatório, na avenida São João, e nós meninas sem saber que aquele professor comprido e feio, de riso de criança grande, era um poeta, comia amendoim abrindo o clã do jabuti, e ninguém de nós no piano, na sala, na rua, na porta, pressentindo “depois de amanhã o porvir, sim, o porvir...” Nenhuma de nós sabia que o poeta era o poeta, que o professor fosse outra coisa” (“Cor local: Depois de amanhã Mário de Andrade”, Diário de São Paulo, 23/2/47).

O ENVOLVIMENTO COM O GRUPO ANTROPOFÁGICO
Em 1928 Patrícia completa o Curso Normal da Escola da Capital e é neste mesmo ano que entra em contato com o grupo da Antropofagia. Também neste momento ganha o apelido que a acompanharia pela vida toda, ainda que mais tarde já não gostasse de ser chamada assim: Pagú. Foi Raul Bopp quem lhe deu o apelido. Em depoimento a Augusto de Campos, Bopp afirma que Patrícia lhe mostrara alguns poemas e ele sugeriu que ela adotasse esse nome de guerra literário. O poeta pensara que ela se chamava Patrícia Goulart, e compôs o nome juntando as supostas iniciais. Em outubro de 1928, Bopp publica na revista Para Todos..., do Rio, o poema “Coco de Pagú”:

“Pagú tem uns olhos moles

uns olhos de fazer doer.
Bate-coco quando passa.
Coração pega a bater.
Eh Pagú eh!
Dói porque é bom de fazer doer (...)”

É o mesmo Bopp quem a introduz no salão da Alameda Barão de Piracicaba, nas reuniões oferecidas por Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral, o casal “mais admirado e requisitado da sociedade paulistana”, nas palavras de Maria Eugênia Boaventura, biógrafa de Oswald. Ele e Tarsila logo simpatizam com a jovem ousada e excêntrica, que a partir de então passa a freqüentar as reuniões do grupo. Segundo depoimento do arquiteto Flávio de Carvalho, dado em 1964, Pagú “era uma colegial que Tarsila e Oswald resolveram transformar em boneca. Vestiam-na, calçavam-na, penteavam-na, até que se tornasse uma santa flutuando sobre as nuvens”.

O movimento antropofágico, lançado em 1928 com o “Manifesto Antropófago” de Oswald de Andrade, era uma radicalização do modernismo de 22. O texto de Oswald foi publicado no primeiro número da Revista de Antropofagia, criada para difundir o movimento. Segundo Maria Eugênia Boaventura, o movimento antropófago representa o extremismo do modernismo, sua forma mais revolucionária. “Ele reproduz e intensifica todos os tipos anteriores de ruptura. Representa uma síntese metafórica da trajetória dos diferentes grupos da experiência moderna no Brasil”.

Após dez números a revista passa por uma reformulação e inicia sua segunda fase, ainda mais radical que a primeira, fazendo com que haja uma cisão no grupo e vários integrantes encerrem sua colaboração, como Mário de Andrade e Alcântara Machado. “A Revista de Antropofagia, em ambas as fases, de vários modos, ridiculariza a ação e o pensamento dos companheiros modernistas que não aderem, afastam-se do grupo, ou ainda, de escritores que se opõem à programática antropofágica.”, esclarece Boaventura.


É nesta “segunda dentição” - como os autores se referiam à nova fase -, iniciada em março de 1929, que Pagú inicia sua colaboração, basicamente com desenhos. Em junho do mesmo ano ela se apresenta numa festa beneficente no Teatro Municipal em que, vestida por Tarsila, declama poemas modernistas, incluindo o “Coco” de Bopp e um poema de sua autoria, presente no “Álbum de Pagú”, de 1929, livro com poemas e desenhos feitos por ela:




“...a minha gata é safada e corriqueira...

arremeda ‘picassol’
trepa na trave do galinheiro e preguiçosamente escancara a
boca e as pernas.
...a minha gata é vampira...
mimo de um italiano velho e apaixonado. general de brigada. dois
metros de altura. pelado e sentimental. atavismo.
o luxo da minha gata é o rabo
ela pensa que é serpente...”

A partir dessa apresentação, Pagú torna-se conhecida para além dos artistas e intelectuais que freqüentavam a Alameda Barão de Piracicaba. A relação dela com Tarsila e Oswald era cada vez mais estreita – especialmente com este último, com quem inicia um romance neste mesmo ano de 1929. Oswald descreveria de forma bem humorada o abalo na relação com Tarsila:


                                                                       “Se o lar de Tarsila

                                                                                vacila
                                                                            é por causa
                                                                              do angu
                                                                              de Pagú”
Em 20 de julho é inaugurada no Rio a primeira exposição individual de Tarsila no Brasil. Uma comitiva de “antropófagos” formada entre outros por Pagú, Anita Malfatti, o pintor Waldemar Belisário e Oswald acompanha a pintora à cidade. Em reportagem à revista Para Todos... (“Na exposição de Tarsila”), Clóvis de Gusmão publica uma breve entrevista de Pagú:



“Pagú veio ao Rio com Tarsila (...) a gente quando vê Pagú repete pra dentro aquilo que o Bopp escreveu: - dói – porque é bom de fazer doer!



- Que é que você pensa, Pagú, da antropofagia?
- Eu não penso: eu gosto.
- Tem algum livro a publicar?
- Tenho: a não publicar: os “60 poemas censurados” que eu dediquei ao Dr. Fenolino Amado, diretor da censura cinematográfica. E o Álbum de Pagú – vida paixão e morte – em mãos de Tarsila, que é quem toma conta dele. As ilustrações dos poemas são também feitas por mim.
- Quais as suas admirações?
- Tarsila, Padre Cícero, Lampeão e Oswald. Com Tarsila fico romântica. Dou por ela a última gota do meu sangue. Como artista só admiro a superioridade dela.
- Diga alguns poemas, Pagú.
(Informações: - Pagú é a criatura mais bonita do mundo – depois de Tarsila, diz ela. Olhos verdes. Cabelos castanhos. 18 anos. E uma voz que só mesmo a gente ouvindo).”

É provável que a mesma beleza que encantara o repórter tenha feito com que Oswald deixasse Tarsila para se unir a Pagú. Grávida de Oswald, Pagú casa-se em 28 de setembro com o pintor Waldemar Belisário, como forma de manter as aparências. Mas tudo fora planejado por Oswald com o consentimento do pintor, que devia favores pessoais a ele. Logo após a cerimônia civil, o casal partiu em lua-de-mel para Santos mas, no alto da serra, Waldemar trocou de lugar com Oswald, que os esperava, e voltou para São Paulo. O casamento foi anulado em 5 de fevereiro de 1930.

Em 5 de janeiro de 1930 Pagú e Oswald casam-se em frente ao jazigo da família do escritor, conforme escreve Oswald em O romance da época anarquista ou Livro das horas de Pagú que são minhas, espécie de diário iniciado em maio de 29, provavelmente data do início do romance entre os dois:
“1930, 5 de janeiro. Nesta data, contrataram casamento a jovem amorosa, Patrícia Galvão e o crápula forte, Oswald de Andrade. Foi diante do túmulo do Cemitério da Consolação, à Rua 17, n.º 17, que assumiram o heróico compromisso. Na luta imensa que sustentaram pela vitória da poesia e do estômago, foi grande o passo prenunciador, foi o desafio máximo. Depois se retrataram diante de uma igreja. Cumpriu-se o milagre. Agora, sim, o mundo pode desabar.”
Pagú,Oswald e o filho do casal,Rudá.

O CASAL QUE NÃO CABE NA SOCIEDADE E A MILITÂNCIA POLÍTICA

Mas o mais novo casal “antropófago” não encontrou as portas da sociedade paulistana abertas. Segundo Flávio de Carvalho, “quando Oswald rompeu com Tarsila, ligando-se a Patrícia Galvão, foi repudiado pela sociedade”. Olívia Guedes Penteado, famosa senhora da elite incentivadora dos jovens modernistas, recusa-se a receber o novo casal. Além disso, a crise de 1929 abalou seriamente a situação financeira de Oswald. Para fugir dos credores ele isolou-se com Pagú na Ilha das Palmas, em Santos. Outro endereço do casal foi a Vila Rafael, uma chácara no hoje bairro de Santo Amaro, onde vivia também Oswald de Andrade Filho, apelidado Nonê.
Em 25 de setembro de 1930 nasce Rudá de Andrade, primeiro filho de Pagú e segundo de Oswald. Segundo Boaventura, nessa época “Oswald vivia irresponsavelmente um sonho. Retalhava sua herança e a do filho, vendendo atabalhoadamente pedaços de terrenos para sobreviver. Fazia pouco caso de dinheiro, pois esperava a revolução iminente que iria socializar tudo. Nas ausências e retiradas estratégicas de Oswald e Pagú, quer para fugirem da polícia, quer para se dedicarem às tarefas políticas, Nonê tomava conta de Rudá”.


Oswald,Pagu e Nonê,filho de Oswald,anos 30.
Três meses após o nascimento de Rudá, Pagú viaja para Buenos Aires para participar de um festival de poesias. Lá conhece Luís Carlos Prestes e volta entusiasmada com os ideais comunistas. Ao retornar ingressa no Partido Comunista e convence Oswald a filiar-se também. Começa então para ambos um período de intensa militância política, com um estilo de vida oposto ao que haviam se acostumado até então. As festas e reuniões em sociedade cedem lugar à militância e à incerteza. Em março de 1931 fundam o jornal tablóide O Homem do Povo que, segundo seu programa, embora não fosse filiado a nenhum partido apoiaria “a esquerda revolucionária em prol da realização das reformas necessárias”. Pagú escrevia artigos, fazia desenhos, charges e vinhetas, além de assinar a seção “A Mulher do Povo”, em que criticava as “feministas de elite” e as classes dominantes. O jornal durou apenas oito números, sendo impedido de circular pela polícia após a confusão gerada por ataques de Oswald à faculdade de Direito, que foi chamada por ele de “cancro” que minava o estado. O Homem do Povo acabou fechado por determinação do Secretário de Segurança do Estado.


PRISÃO POLÍTICA E PARQUE INDUSTRIAL



Pagú escreve o seu romance Parque Industrial que Oswald de Andrade edita. Entretanto, o que está a acontecer no resto do mundo? Consulta a TÁBUA CRONOLÓGICA.
Pagú, que já havia participado das agitações de rua por ocasião da Revolução de 1930, participa de movimentos de operários da construção civil em Santos e em 23 de agosto de 1931 é presa como agitadora num comício de estivadores em greve na cidade. Oswald, na tentativa de ajudá-la, faz-se passar por seu advogado e também é preso. Ao ser libertada, o Partido Comunista, para se eximir de culpa, obriga-a assinar um documento em que se declarava uma “agitadora individual, sensacionalista e inexperiente”.

Em 1932 Pagú e Oswald já não vivem mais juntos. Ela vai para o Rio e instala-se numa Vila Operária, trabalhando como lanterninha num cinema da Cinelândia. Era parte do projeto do Partido fazer com que os intelectuais experimentassem o modo de vida e o trabalho dos operários. Apesar do entusiasmo mostrado pelos dois, a maioria dos companheiros do PC não acreditava nas intenções de Oswald e Pagú, conforme se observa nas memórias de um militante da época: “um desses elementos, podemos dizer perniciosos, era uma moça (poetisa) chamada Pagú, que vivia, às vezes, com Oswald de Andrade. Ambos haviam ingressado no Partido, mas para eles, principalmente para Oswald, tudo aquilo lhes parecia muito divertido. Ser membro do PC, militar ao lado dos operários ‘autênticos’, tramar a derrubada da burguesia e a instauração de uma ‘ditadura do proletariado’, era sumamente divertido e emocionante.” (depoimento de Leôncio Basbaum, 1978)

Em janeiro de 1933 Pagú lança seu primeiro romance, Parque Industrial – romance proletário, com edição financiada por Oswald. A autora esconde-se sob o pseudônimo de Mara Lobo por exigência do Partido Comunista. Esteticamente, Parque Industrial se insere nas experiências modernistas, notadamente com influências de Oswald de Andrade - que havia lançado seu Memórias sentimentais de João Miramar em 1924. É uma narrativa urbana, cujo foco central são os trabalhadores – ou melhor, as trabalhadoras – das indústrias da cidade de São Paulo, vivendo miseravelmente esmagadas pelas classes dominantes. Além de poder ser visto como um documento das ideologias de uma época, Parque Industrial é também um belo exemplo de uma experiência de linguagem.



MOSCOU, UM DESENCANTO

NO BRASIL, PRISÃO E TORTURA

Em dezembro do mesmo ano, Pagú sai em viagem pelo mundo na intenção de estudar e verificar in loco, na Rússia, como estava se executando na prática a ideologia pela qual lutava. Oswald ajuda no custeio da viagem e fica tomando conta de Rudá. Ela atua como correspondente dos jornais Diário da Noite (SP), Diário de Notícias e Correio da Manhã (RJ). Visita os Estados Unidos, Japão e China – onde entrevista Sigmund Freud. Da China parte para Moscou, em maio de 1934, numa viagem de oito dias pelo Transiberiano. A realidade que vê nas ruas da cidade a deixa profundamente decepcionada: “o ideal ruiu, na Rússia, diante da infância miserável das sarjetas, os pés descalços e os olhos agudos de fome. Em Moscou, um hotel de luxo para os altos burocratas, os turistas do comunismo, para os estrangeiros ricos. Na rua as crianças mortas de fome: era o regime comunista” (Verdade e Liberdade, 1950).


Sai de Moscou em direção à França, onde se estabelece por um tempo, freqüentando cursos da Université Populaire. Filia-se ao Partido Comunista francês com a identidade falsa de Leonnie, e participa de manifestações ao lado da Front Populaire (união dos partidos de esquerda). É detida três vezes antes de ser presa como militante comunista estrangeira, em julho de 1935. Salva de ser submetida ao Conselho de Guerra ou deportada para Itália ou Alemanha pelo embaixador Souza Dantas, acaba sendo repatriada.

Volta ao Brasil no fim do ano, quando se separa definitivamente de Oswald. Passa a colaborar no jornal A Platéia mas, pouco depois de sua chegada, é presa em razão da Intentona Comunista. Condenada a dois anos de prisão, fica nos presídios Paraíso e Maria Zélia, em São Paulo, mas foge antes de completar a pena. Presa novamente, é condenada a mais dois anos e meio de prisão, que cumpre dessa vez na Casa de Detenção do Rio de Janeiro. Além das torturas, Pagú sofre perseguições dos próprios correligionários de partido. Há nos seus arquivos uma carta desse período, cheia de desesperança, enviada ao futuro marido Geraldo Ferraz: “(...) Escrevo o retrocesso constatado no dia de hoje. Não consigo viver a vida artificial dos últimos dias em que me dissolvia na vida coletiva da prisão. Onde é que eu ia buscar o entusiasmo senil pelo lúmpen quando a própria lama hoje me decepciona? (...)”

Cumprida a pena, Pagú fica ainda na prisão por mais seis meses, por se recusar a prestar homenagem a Adhemar de Barros, então interventor federal em visita ao presídio. É libertada em julho de 1940, muito doente, pesando 44 quilos. A temporada de quase cinco anos de cárcere deixou marcas profundas na antiga musa antropofágica. Segundo a irmã Sidéria, ela tentou o suicídio logo após sair da prisão.

FORA DA CADEIA, INTENSA ATUAÇÃO JORNALÍSTICA


A saída da prisão marca uma nova fase na vida de Pagú. Ela passa a viver com Geraldo Ferraz, que seria seu companheiro até sua morte. Rompe com o Partido Comunista. Tem o segundo filho, Geraldo Galvão Ferraz, em 1941, e passa a colaborar em diversas publicações como redatora, cronista ou crítica.
Durante toda a década de 1940, Pagú trabalha ativamente na imprensa, muitas vezes exercitando combativamente a crítica literária. Ela reclama da capitulação dos autores que, na vigência do Estado Novo, justificavam sua inércia pela falta de liberdade no país. Conforme nota o poeta Augusto de Campos, nas críticas que escrevia sente-se, apesar do desencanto e decepções, uma disposição de luta pela manutenção do espírito renovador de 22. Entre outros veículos, ela trabalha, nesse período, nos jornais cariocas A Manhã, O Jornal, e nos paulistas A Noite e Diário de São Paulo.
Entre junho e dezembro de 1944, ela colabora como contista na revista Detetive, dirigida por Nelson Rodrigues. Na publicação, de grande popularidade à época, Pagú escrevia contos de suspense sob o pseudônimo de King Shelter. No ano seguinte, lança seu segundo romance, A Famosa Revista, em colaboração com Geraldo Ferraz. Se Parque Industrial fora escrito por uma Pagú militante, crente na iminência da revolução, A Famosa Revista caracteriza-se pela crítica e denúncia dos males do Partido Comunista. Nesse sentido, pode-se dizer que o segundo livro é o oposto do primeiro.
A década de 50 se inicia com uma nova incursão de Pagú na política. Ela concorre a uma vaga na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo pelo Partido Socialista Brasileiro, mas não é eleita. Como parte da campanha, publica o panfleto Verdade e Liberdade, editado pelo comitê Pró-Candidatura Patrícia Galvão, em que comenta sua passagem pela prisão, a desilusão com o Partido Comunista e o porquê de sua candidatura:




APAIXONADA PELO TEATRO, QUER SER PATRÍCIA DE NOVO


A década de 1950 marca também uma aproximação cada vez maior com o teatro. A partir de 1952 ela passa a freqüentar a Escola de Arte Dramática de São Paulo (EAD), sob direção de Alfredo Mesquita, que lembra que, nessa época, ela já não era mais a chocante e extravagante Pagú, mas uma arredia e calada Patrícia: “conversávamos longamente, amigavelmente, enquanto havia pouca gente à volta. Mal aumentava a roda e Patrícia – como queria que a chamássemos – calava-se arredia, assustadiça, para logo se esgueirar e sumir. Assim era a famosa, a terrível, a assustadora Pagú”.
Pagú passa a ter aulas com Alfredo Mesquita (“aluna ainda, mas não mais subversiva, agressiva, escandalosa como nos tempos da ‘Praça’. Entusiasta, aplicada, séria, divertida...”), Décio de Almeida Prado, Ziembinsky e outros mestres. Leva para Santos a apresentação de “A Descoberta do Novo Mundo”, de Lope de Vega, realizada pela EAD, iniciando uma série de espetáculos da Escola na cidade. A partir desta época Patrícia exerce importante papel na vida cultural de Santos, liderando a campanha para a construção do Teatro Municipal e formando grupos amadores de teatro, além de fundar a Associação dos Jornalistas Profissionais de Santos. Também criou e presidiu a União do Teatro Amador de Santos, por onde passaram, ainda iniciantes, atores como Aracy Balabanian, José Celso Martinez Correa, Sérgio Mamberti e Plínio Marcos.
Na imprensa dedicou-se às páginas culturais, publicando artigos e páginas especiais sobre escritores, poetas e dramaturgos como Ionesco, Brecht, Fernando Pessoa, Dostoiévsky, Rilke e Pirandello. Também foi responsável por traduções pioneiras de escritores então pouco conhecidos no Brasil: Blaise Cendras, Svevo e Arrabal. Deste último encenou, em estréia mundial, a peça ‘Fando e Lis”, com o Grupo Experimental de Teatro Infantil (GETI).
Esclarecendo sua preferência pelo teatro experimental afirmou: “Preferimos a vanguarda, porque visa ela corrigir os vícios e os hábitos de se assistir teatro normal, teatro repetido, teatro que deixa espectador e atores indiferentes. Preferimos aqueles momentos capazes de sacudir o sono do mundo, como lembrava, certa vez, o velho mestre Sigmund Freud. Pois que o mundo dorme.”
O compositor santista Gilberto Mendes, em suas memórias, afirma que “Pagú tinha um humor, uma perspicácia e finura intelectual especiais. E gostava das pessoas, de ajudar (...) Nesses mais ou menos dez últimos anos de sua vida em Santos, Pagú andava esquecida, quase ninguém falava dela no Brasil, era uma figura anônima pelas ruas da cidade, pelas platéias dos teatros, integrada na vidinha artística da província, animando a gente, escrevendo sobre nós, músicos, atores, diretores (...) Era uma mulher formidável”. Seu prolífico trabalho de crítica nos jornais - polemizando, comprando brigas, combatendo - e seu intenso trabalho com o teatro só são interrompidos com sua morte, provocada por um câncer.
Desejava que seus livros sobre teatro fossem doados para a EAD após sua morte. Alfredo Mesquita recorda-se do pedido da amiga: “lembro-me ainda do dia em que, sabendo-se gravemente doente, disse-me pretender entregar imediatamente a sua biblioteca à Escola. Assustado, não querendo por nada acreditar no que dizia a respeito da saúde, recusei a oferta.” Mas a doença evoluiu e Mesquita foi obrigado a acatar o pedido: “vi-a ainda duas vezes, em casa de parentes, sentada na cama, o tronco ereto, fumando, fumando sempre, os olhos muito pretos, ainda vivos, fixos em mim com aquela expressão de angústia e interrogação dos que vão morrer. Já não podia levantar-se e mal conseguia falar. Das duas vezes, repetiu baixinho: - não se esqueça dos livros, são seus...”.
Em setembro de 1962 viaja a Paris para ser operada. Na véspera, um último texto seu é publicado em A Tribuna - o poema “Nothing”:

“Nada, nada, nada

Nada mais do que nada
(...) Trouxeram-me camélias brancas e vermelhas
Uma linda criança sorriu-me quando eu a abraçava
Um cão rosnava na minha estrada
(...) Abri meu abraço aos amigos de sempre
Poetas compareceram
Alguns escritores
Gente de teatro
Birutas no aeroporto
E nada”

A operação fracassa e ela tenta o suicídio. Volta ao Brasil e em 12 de dezembro de 1962 morre em Santos.

“Deu-se esta semana uma baixa nas fileiras de um agrupamento de raros combatentes. Ausência desde 12 de dezembro de 1962, que pede seu registro do companheiro humilde, que assina estas linhas. Patrícia Galvão morreu neste dia de primavera, nessa quarta-feira, às 16 horas (...) Morreu aqui em Santos, a cidade que mais amava, na casa dos seus, entre a Irmã e a Mãe que a acompanhavam, naquele momento e, felizmente, em poucos minutos, apenas sufocada pelo colapso que a impedia de respirar, pela última palavra que pedia ainda liberdade, ‘desabotoa-me esta gola’”. (Geraldo Ferraz, A Tribuna, 16/12/1962)



Fonte :http://www.vidaslusofonas.pt/pagu.htm

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terça-feira, 22 de junho de 2010

Elizabeth Montgomery

Linda não?
Essa é Elizabeth Montgomery, Liz para os íntimos,rsrsrs...Liz é uma atriz norte americana que ficou mais conhecida por seu papel na série "A Feiticeira"(Brasil)/ Bewitched.
Acredito que todas as pessoas que regulam idade comigo,estou com 37 anos, lembram-se carinhosamente da série,que aliás eu sou fã inveterada,tenho todas as temporadas(são 8).
Há tempos que tneho pensado em faezr um post sobre ela,mas acabo adiando,é pq gostaria de reunir fotos legais dela.
Abaixo vou postar um pouco de sua biografia:

Elizabeth Victoria Montgomery (Los Angeles, 15 de abril de 1933 — Los Angeles, 18 de maio de 1995) foi uma atriz americana cuja carreira se estendeu por cinco décadas. Ela é lembrada principalmente por seus papéis em Bewitched como Samantha Stephens, em A Case of Rape como Ellen Harrod e em The Legend of Lizzie Borden como Lizzie Borden.

Nascida em Los Angeles, Califórnia, Elizabeth Montgomery era filha do ator Robert Montgomery e sua esposa, a atriz da Broadway, Elizabeth Bryan Allen. Ela tinha uma irmã mais velha, Martha Bryan Montgomery, que morreu antes de ela nascer e um irmão, Robert Montgomery Jr., que nasceu em 1936. Ela frequentou a Escola de Spencer.
Vida pessoal
Ela teve uma infância privilegiada, por ser rica e filha de famosos atores de Hollywood. Costumava passar os verões, em sua casa de campo em England, Estado de Nova Iorque onde montavam cavalos em companhia de celebridades. Freqüentou a Westlake School, uma escola de jovens refinadas da alta sociedade americana. Nesta escola, com cinco anos de idade, atuou pela primeira vez como suplente em uma produção de língua francesa Little Red Riding Hood, onde interpretou um lobo. Ela era uma mulher jovem, viva e bonita. Ela teve três crianças, Robert, William e Rebecca. Por duas vezes, a gravidez de Elizabeth, em meio as filmagens da série, justificaram o surgimento dos personagens Tabitha e Adam. Juntos eles foram responsáveis pela criação de Samantha Stephens, uma feiticeira que se casa com um mortal.

Seu primeiro casamento foi com Frederick Gallatin Cammann (1954–1955). Logo depois casou-se com o ator Gig Young (1956–1963). Casou-se também com William Asher (1963–1973), mais tarde trabalhariam juntos no filme Johnny Cool. Montgomery foi casada com o socialite de Nova York Frederick Gallatin Cammann, em 1954, o casamento durou pouco mais de um ano. Ela era casada com o ator Gig Young 1956-1963, e em seguida o diretor-produtor William Asher, de 1963 até o divórcio, 1973. Eles tiveram três filhos: William Asher Jr. (24 de julho de 1964), Robert Asher (5 de outubro de 1965) e Rebecca Asher (17 de junho de 1969). Em 1971, enquanto filmava a oitava temporada de A Feiticeira, ela se apaixonou pelo diretor Richard Michaels e foi morar com ele após a temporada haver terminado. O relacionamento durou dois anos e meio. Seu último casamento foi com o ator Robert Foxworth, em 28 de janeiro de 1993. Ela permaneceu casada com Foxworth até sua morte.

Início de Carreira
Elizabeth fez sua estréia na televisão na série seu pai Robert Montgomery Presents, e sua estreia no cinema em 1955 em A Corte Marcial de Billy Mitchell.
Sua carreira consistiu em fazer aparições em veículos e em dramas e séries de televisão ao vivo, como o Studio One, Kraft Television Theater, Johnny Staccato, The Twilight Zone, The Eleventh Hour, e Alfred Hitchcock Presents. Em 1954 perdeu o co-estrelato com Marlon Brando no filme On The Waterfront, dirigido por Elia Kazan.
Ela foi escalada para um papel de uma socialite com Henry Silva e Sammy Davis, Jr. no filme gângster 'Offbeat, em 1963 de Johnny Cool e, no mesmo ano, com Dean Martin e Carol Burnett na comédia cinematográfica Who's Been Sleeping in My Bed?, dirigido por Daniel Mann, onde interpretava Mellisa Morris. No entanto, Alfred Hitchcock a tinha em mente para personificar a cunhada de Sean Connery, que se vê como uma rival para a heroína no filme Marnie, mas Elizabeth estava indisponível devido ao seu compromisso com um novo show de televisão: Bewitched.





O  casamento com Gig Young.
Em 1956 Liz casaou-se pela primeira vez com também ator Gig Young,o casamento não durou muito,pois Gig era alcólatra crônico.


O casamento com Willlian Asher(Bill) e os filhos: Bob,Willian e Rebbeca.
(1964)

Eles se apaixonaram durante as gravações do filme Jonnhy Cool,e ai começou não só uma parceria romântica mas também profissional,Bill já era o renomado diretor de" I love Lucy"(seriado de grande sucesso nos anos 50),e acabou dirigindo Liz em uma das mais famosas séries de Tv de todos os tempos "Bewitched".

Com o primeiro  filho Willian Asher Jr.
Com os dois filhos Willian e Robert(Bob)
Nascimento da filha Rebbeca em 1969.
Bewitched
Elizabeth desempenhou o papel central da adorável feiticeira Samantha Stephens com Dick York (e mais tarde Dick Sargent), como seu marido na comédia de situação da ABC: Bewitched. Ela também interpretou o papel de prima de Samantha, Serena, a prima louca de Samantha, que volta e meia aparecia com sua guitarra. O show se tornou uma das séries de maior sucesso, na época. Estendeu-se por oito temporadas 1964-1972 e permanece popular ainda em nossos dias através da distribuição e versões em DVD. O show já havia recebido "carta-branca" para uma nona temporada pela rede de televisão, mas Montgomery, que pretendia fazer outras coisas, recuou. Ela também fez a voz de Samantha para um episódio de Os Flintstones.
Com Bewitched, Elizabeth Montgomery recebeu cinco Emmy e quatro indicações ao Globo de Ouro por seu papel. No seu auge criativo, Bewitched foi considerada uma das comédias mais sofisticados no ar, e soube explorar com habilidade , temas contemporâneos e delicadas questões sociais, dentro de um contexto de fantasia.
York e Liz,a química na interpretação era perfeita,mas nos bastidores dizia-se que ela não ía muito com a cara dele,lamentável Liz!York era um grande talento!
 
Com Endora,sua mãe(interpretada muito extraordinariamente por Agnes Moorehead)
(A primeira foto com o talentosíssimo Dick York e Agnes Moorehead)
Tabatha(a filhinha do casal) era interpretada pela atriz Erin Murphy.
Os Stephens com os Kravitz(Abner e Gladys,a vizinha fofoqueira e bisbilhoteira,ela sempre via tudo que acontecia na casa dos Stephens,inclusive as magias,mas ninguém acreditava nela coitadinha!)
Na sexta temporada o ator Dick Sargent estreeou no lugar de Dick York,como Darrin Stephens.
Apesar de Sargent também ser um excelente ator,não chegava nem aos pés de York,fazendo com que a audiência caísse.

A prima Serena(interpretada tbm por Liz) sempre aprontando das suas.


 Após Bewitched
Montgomery retornou em seu "jeito-feiticeira" como espasmos de seu nariz na magia da tela em uma série de comerciais de televisão japonesa para "Mãe" de biscoitos e cookies de chocolate em uma confeitaria conglomerada da Lotte Group. Estes anúncios publicitários japoneses forneceram um salário lucrativo para ela mantendo-se fora da vista dos não-fãs japoneses e da indústria de Hollywood.
Montgomery foi uma das primeiras atrizes a estender a sua carreira de trabalho com os filmes e séries de televisão, e ela abriu um precedente para outras atrizes de séries de TV, como Farrah Fawcett, Jaclyn Smith, Melissa Gilbert, Lindsay Wagner, Carol Burnett e Barbara Eden.

O terceiro casamento com o ator Robert Foxworth.
 Logo após o término da série "A Feiticeira", o casamento de Liz e Bill Asher também chegou ao fim.Pouco depois do divórcio, Liz fez um filme chamado Mrs. Sundance .Foi quando ela conheceu o ator Robert Foxworth que era divorciado e também tinha a guarda de seus dois filhos, Krystin e Bo. Morte

(1982)
Cansados de casamentos falidos, o casal permaneceu como amigos e companheiros durante muitos anos, até a morte de Liz. Em 1993 resolveram casar-se (foto à esquerda) em uma cerimônia privada. Muitos dos amigos souberam do fato apenas depois de sua morte.

Na primavera de 1995, Elizabeth Montgomery foi diagnosticada com câncer colo-retal. Ela havia ignorado os sintomas da doença, semelhantes aos de uma gripe, permitindo assim, que o quadro ficasse avançado demais, para possibilitar a eficácia de qualquer tratamento. Não estando disposta a morrer em um hospital, e sem qualquer esperança de recuperação, ela optou por retornar à casa em que morava com Foxworth em Beverly Hills. Faleceu aos 62 anos de idade, em casa, às 8:27 da manhã, em companhia do marido e seus três filhos, Robert, Bill e Rebecca, oito semanas após seu diagnóstico.
A cerimônia fúnebre foi realizada em 18 de junho de 1995, no Teatro Canon em Beverly Hills. Herbie Hancock, providenciou a música, e Dominick Dunne falou sobre seus primeiros dias como amigos em Nova York. Outros oradores incluíram Robert Foxworth, que leu as cartas simpatia dos fãs, sua enfermeira, seu irmão, sua filha e seu enteado. Ela foi cremada no Westwood Village Memorial Park Cemetery.

Filmografia



Filmes
1955 The Court-Martial of Billy Mitchell - Margaret Lansdowne

1963 Johnny Cool - Darien "Dare" Guinness

1963 Who's Been Sleeping in My Bed? - Mellisa Morris

1965 How to Stuff a Wild Bikini - Bwana's Daughter, The Witches Witch

1988 Coverup: Behind the Iran Contra Affair - Narradora

1992 The Panama Deception - Narradora


Televisão
1951-1956 Robert Montgomery Presents - Várias personagens (27 episódios)

1953-1954 Armstrong Circle Theatre - Ellen Craig (2 episódios)

1954-1957 Kraft Television Theatre - Várias personagens (7 episódios)

1955-1958 Studio One - Várias personagens (3 episódios)

1956 Warner Bros. Presents - Laura Woodruff (1 episódio)

1956 Climax! - Betsy (1 episódio)

1958 Playhouse 90 - Mary Brecker (1 episódio)

1958 DuPont Show of the Month - Miss Kelly (1 episódio)

1958 Cimmarron City - Ellen Wilson (1 episódio)
1958 Alfred Hitchcock Presents - Karen (1 episódio)
1960 The Untouchables - Rusty Heller (1 episódio)

1961 The Twilight Zone - The Woman (1 episódio)

1964-1972 Bewitched - Samantha Stephens (254 episódios)

1966 Os Flintstones - Samantha Stephens (Voz) (1 episódio)

1972 The Victim - Kate Wainwright

1973 Mrs. Sundance - Etta Place

1974 A Case of Rape - Ellen Harrod

1975 The Legend of Lizzie Borden - Lizzie Borden

1976 Dark Victory - Katherine Merrill

1977 A Killing Affair - Vikki Eaton

1978 The Awakening Land Sayward - Luckett Wheeler

1979 Jennifer: A Woman's Story - Jennifer Prince

1979 Act of Violence - Catherine McSweeney

1980 Belle Starr - Belle Starr

1981 When the Circus Came to Town - Mary Flynn

1982 The Rules of Marriage - Joan Hagen

1983 Missing Pieces - Sara Scott

1984 Second Sight: A Love Story - Alaxandra McKay

1985 Amos - Daisy Daws

1985 Between the Darkness and the Dawn - Abigail Foster

1990 Face to Face - Dr. Diana Firestone

1991 Sins of the Mother - Ruth Coe

1992 With Murder in Mind - Gayle Wolfer

1993 The Black Widow Murders: The Blanche Taylor Moore Story Blanche - Taylor Moore

1994 The Corpse Had a Familiar Face - Edna Buchanan

1995 Deadline for Murder: From the Files of Edna Buchanan - Edna Buchanan

1995 Batman: The Animated Series - Barmaid (Voz) (1 episódio)


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