
domingo, 18 de fevereiro de 2007
Falar o que?

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007
MARY POPPINS é tudo! Quem nunca viu,está perdendo!
A Disney adaptou o livro para o cinema, em 1964.(From Wikipédia)
> Mary Poppins foi inteiramente rodado em estúdio.
>Walt Disney escolheu Julie Andrews para protagonizar Mary Poppins após vê-la atuando na peça teatral Camelot, em exibição na Broadway.
>As personagens "Mary Poppins" e "sra. Banks" não conversam em momento algum do filme.
>Mary Poppins foi o único filme pessoalmente produzido por Walt Disney a ser indicado na categoria de melhor filme no Oscar. Beauty and the Beast também foi indicado para o mesmo prêmio, porém este filme foi feito em 1991 e Disney tinha morrido em 1966.
Venceu nas categorias de "Melhor Atriz" (Julie Andrews), "Melhores Efeitos Visuais", "Melhor Edição", "Melhor Canção Original" e "Melhor Trilha Sonoa Substancialmente Original".
Indicado nas categorias de "Melhor Direção de Arte - Colorido", "Melhor Fotografia - Colorido", "Melhor Figurino - Colorido", "Melhor Diretor", "Melhor Filme", "Melhor Som", "Melhor Roteiro Adaptado" e "Melhor Trilha Sonora Adaptada".
Indicado nas categorias de "Melhor Filme - Musical / Comédia", "Melhor Ator - Musical / Comédia" e "Melhor Trilha Sonora original".
Venceu como o "Filme Melhor Editado".
Julie Andrews .... Mary Poppins
Dick Van Dyke .... Bert / sr. Dawes Sr.
David Tomlinson .... George W. Banks
Glynis Johns .... Winifred Banks
Hermione Baddeley .... Ellen
Reta Shaw .... sra. Brill
Karen Dotrice .... Jane Banks
Matthew Garber .... Michael Banks
Elsa Lanchester .... Katie Nanna
Arthur Treacher .... Constable Jones
Reginald Owen .... almirante Boom
Ed Wynn .... tio Albert
Jane Darwell .... mulher-pássaro
Arthur Malet .... sr. Dawes Jr.
quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007
Saint Valentine's Day - Dia de São Valentino

Dia de São Valentino
A tradição do dia dos namorados
No Brasil comemorarmos o dia dos namorados no dia 12 de junho.
Mas em grande parte do mundo (como EUA, Itália e Canadá), a data escolhida é 14 de fevereiro, dia de São Valentim (São Valentino, para alguns, ou o Valentine's day dos americanos), um santo devotado à idéia do amor.
Na verdade, há dois santos "Valentino". Um deles foi um padre, santo e mártir, que viveu no tempo do império romano, no ano de 269, durante a perseguição aos cristãos.Segundo a lenda, o imperador Cláudius II estava mais interessado em seu exército e nas guerras do que na vida em família , e ele estava convencido de que os solteiros, sem esposas nem filhos, eram melhores soldados do que os casados e não teriam medo no campo de batalha.
Tanto era verdade, que o imperador foi tão longe a ponto de ditar uma lei proibindo o casamento. São Valentino, contudo, desafiou o imperador e continuou a celebrar matrimônios em segredo, até ser descoberto, preso e executado.O outro São Valentino também viveu sob o império romano. Ele levava uma vida simples e era especialmente bondoso com as criancinhas. Um dia, Valentino foi jogado na prisão pelos romanos por ter se recusado a adorar os deuses deles. Dizia-se que as crianças escreviam mensagens de amor para ele e as lançavam pela janela da cela. Estes foram os primeiros cartões do "dia dos namorados". Mas não existe nenhum registro histórico disso.
Os cartões que conhecemos hoje foram feitos pela primeira vez por volta de 1800 e alguns eram bem enfeitados e decorados com pássaros e flores. Hoje, alguns dos cartões mais populares são os de humor.
No Brasil, apesar de ser comemorado às vésperas do dia de Santo Antônio, o famoso santo casamenteiro, tudo começou com uma campanha realizada em 1949 pelo publicitário João Dória - na época na Agência Standard Propaganda - sob encomenda da extinta loja Clipper.
Para melhorar as vendas de junho, então o mês mais fraco para o comércio, e com o apoio da confederação de Comércio de São Paulo, instituiu a data com o slogan:
"Não é só de beijos que se prova o amor".
A Standard ganhou o título de agência do ano e a moda pegou, para a alegria dos comerciantes. Desde então, 12 de junho se tornou uma data especial, unindo ainda mais os casais apaixonados, com direito a troca de presentes, cartões, bilhetes, flores, bombons....uma infinidade de opções para se dizer "Eu Te Amo!".Nem todos os países comemoram o dia dos namorados como nós fazemos. Na Itália, as pessoas fazem um grande banquete no dia 14 de Fevereiro. Na Inglaterra, as crianças cantam canções a recebem doces e balas de frutas de seus pais. E na Dinamarca, as pessoas mandam flores prensadas umas às outras, chamadas "flocos de neve".
No Japão a data foi introduzida em 1936 e o costume neste dia é as mulheres presentearem os seus amados com caixas de chocolates. Embora a data represente uma oportunidade para as mulheres declararem o seu amor, nos últimos anos o giri choco (chocolate de cortesia ou “obrigação”) também se encontra presente na cesta de compra de grande parcela da população feminina. Mas, muita gente ainda reluta em adotar a data, alegando que se trata de uma jogada comercial, no que não deixam de ter razão, uma vez que o Valentine’s Day representa cerca de 20% do volume anual de vendas das fábricas de chocolate do arquipélago. Mas, o que vale mesmo é a intenção e não há como negar que a vida fica um pouquinho mais doce com estas declarações de amor e com estes chocolates.
Nos Estados Unidos nos dias que antecedem 14 de fevereiro, lojas de cartões, livrarias, lojas de departamentos e drogarias oferecem uma grande variedade de cartões comemorativos chamados Valentines.
Os adultos costumam comprar cartões para acompanhar presentes mais elaborados como doces, flores ou perfumes. Nas escolas as crianças apreciam comprar ou fazer cartões para seus amigos e professores.
Mas, cá entre nós, todo dia é dia para se dizer "Eu Te Amo!"
Venetian Mask - Máscaras de Veneza

Venetian Masks

domingo, 4 de fevereiro de 2007
Fenômeno BBB,afeee

terça-feira, 30 de janeiro de 2007
RON MUECK, um gênio da escultura contemporânea


Seu realismo fantástico faz com até os que não apreciam a arte fiquem boque- abertos,vejam:









Aquí está parte da reportagem:
'Um rosto adormecido, um homem solitário, um bebê que acaba de chegar ao mundo. É ver para não esquecer nunca mais. Não é uma exposição comum. Não basta olhar para as esculturas. É preciso ficar atento aos detalhes, porque o artista Ron Mueck não esqueceu de nenhum.
O corpo humano é reproduzido de forma impressionante, em minúcias. A barba que cresce no rosto, os pelos na orelha, os tipos variados de cabelo, os poros da pele, as veias realçadas, as manchas da idade, as rugas da vida...
É como se você estivesse frente a frente com um ser humano e que ele fosse se levantar ou falar, a qualquer momento. A semelhança com a realidade nas obras desse australiano tem chamado a atenção do mundo todo.
Ron Mueck começou fazendo bonecos, marionetes, e foi aperfeiçoando. Em 1997, criou a primeira escultura. Mueck retratou o pai morto. A partir daí, ele passou por todas as fases da vida. "A mulher grávida", com todas as alterações do corpo, impressiona pela perfeição. Em "O Menino Agachado", Mueck não deixou passar nem a unha crescida.
As esculturas também trazem a fidelidade do movimento da pele. Ela se enruga, acompanhando a posição em que a figura foi esculpida, ou se dobra, revelando o excesso de peso e a flacidez. O mais interessante é descobrir como o artista chega ao produto final. São meses de trabalho, independentemente do tamanho da obra. A dificuldade é tão grande que a produção não passa de duas esculturas por ano.
Ele foi inventando o melhor tipo de material, misturando produtos para conseguir a consistência, a semelhança, descobrindo moldes para os corpos. Para conseguir o resultado ideal, que lembra tanto a cor e a textura da pele humana, Mueck usa silicone, fibra de vidro, resina acrílica, poliéster. Os pelos são cabelos artificiais. Ron Mueck tem o cuidado de prender ou espetar um fio de cada vez na barba, na cabeça, nas pernas e braços, para dar um efeito real.
Não é só a reprodução do corpo. Ron Mueck parece reproduzir também a alma das figuras que ele esculpe. O artista não dá a menor importância ao tamanho real. As obras podem ter uma escala reduzida. Mas todas as esculturas têm uma expressão, um olhar de melancolia, de solidão. E é difícil não perceber essa marca.
O olhar distante, desconfiado, carregado de tristeza, os gestos inseguros... O curador da exposição diz que esta é maior marca de Ron Mueck. "As expressões são profundas, conseguem retratar os sentimentos humanos", ele diz. Com apenas 10 anos de carreira, Ron Mueck já entrou para a lista dos artistas geniais. Um tipo diferente, que faz todo mundo imaginar que, por dentro destas estruturas ocas, parece bater um coração. '
INVEJA, mal que não contribui para a paz

Virgínia Larghi.
O problema do medo

Que temos inúmeros receios todos sabemos, afinal isso é algo comum, todos tem seus próprios temores. São temores pessoais, coletivos, inconscientes, e há um sem fim número de qualificações e explicações para todos os nossos medos. Mas saber as causas dos nossos receios, novos e velhos, não resolve o problema do medo, não elimina a condição medo do nosso ser. Fácil é enumerar nossos receios e temores, os receios dos nossos amigos, os receios de toda humanidade, mas o simples fato de enumerá-los não significa que os estamos transcendendo. Receamos quase tudo que se oponha ao nosso bem estar, isto é muito simples de se compreender, mas o simples se dar conta disso, não resolve o problema.
A coisa a princípio é muito simples. Nosso inteiro ser caminha apenas numa direção, e esta é a busca de satisfação pessoal, assim, qualquer coisa que se oponha a esse princípio, qualquer evento que possa parecer um obstáculo à obtenção dessa satisfação, será para nós uma causa, o veículo através do qual o medo se manifestará. Se me agrada e me dá satisfação, isto me atrai, se não, tratarei de evitar. Não há como ser diferente faz parte da programação básica de todo animal, racional ou não. Somos movidos pelo desejo de obter prazer, prazer com facilidade em tudo que fazemos, e qualquer insinuação de ameaça entre nós e a obtenção dessa satisfação, o que significa indício de insatisfação, isso logo se transforma numa incerteza acompanhada de receio, uma coisa através da qual o medo em nós se revela. Mas a coisa através da qual o medo se manifesta em nós, não pode ser propriamente o estado medo, e sim apenas uma causa que o desperta. Supondo alguém que tenha medo de baratas, pois sabemos baratas fazem parte dos temores conscientes e inconscientes de muita gente; mas também sabemos que em determinadas culturas, pessoas idolatram a barata como objetos de fetiches, outros a tem como uma fina iguaria em sua culinária, e assim podemos perguntar; por que a barata não assusta a todos? A resposta é simples, porque a barata não é o medo, e sim um objeto qualquer, uma coisa através da qual o medo de manifesta em algumas pessoas ou culturas, mas não em todas, não sendo em todas, não é o medo. O objeto causador do medo, não é o medo, mas a causa, o veículo através do qual o medo se apossará de nós. Podemos sentir prazer ao presenciarmos uma bela e exuberante paisagem, e aversão ao presenciar uma cena de miséria. Vivemos numa eterna condição onde somos obrigados a escolher. Escolhemos tudo. Que caminho devemos tomar para ir ao trabalho, qual a melhor hora, qual o melhor carro, qual a melhor roupa, qual o melhor partido para nosso matrimônio, qual o melhor nome para nossos filhos, e de verdade nunca paramos de escolher. Se temos diante de nós a possibilidade de escolha, nos parece óbvio que nunca somos livres, pois sempre precisaremos escolher, o que sugere um eterno conflito. Onde há escolha há sempre conflito, e onde há conflito não existe liberdade. O ato de escolher já é o próprio conflito. Escolho porque tenho as opções, escolho porque não sou livre para fazer o que quiser, escolho porque desejo para mim o melhor dentre os disponíveis. Desejo enfim, garantia de satisfação. Mas se buscamos garantia em alguma coisa, é porque há a possibilidade de que aquilo não se concretize, ou não perdure o tempo que julgamos necessário à nossa plenitude, o que gera a insegurança, o medo, medo de perder o que já temos, medo de não conseguir o que ainda não temos, medo de não ser aquilo que ainda não somos. O nosso instinto básico de preservação nos diz que devemos evitar tudo aquilo que seja capaz de agredir nosso corpo. Essa condição, comum a todos os seres, não foi criada pelo pensamento, não depende de conceituação ou tratado ideológico de nenhuma espécie, é natural, é espontâneo. Isto significa que meus sentidos estão preparados de berço para agirem nessa direção. Assim, ao sofrer alguma agressão do meio onde vivemos, seja por má alimentação, seja por acidente, a natureza nos dotou de um mecanismo que permitiria memorizar aquele evento, apenas para que não precisássemos repetir a mesma experiência muitas vezes. A lógica é simples, se por desconhecer um alimento, nós o comemos e este nos envenena, a ponto de mal conseguirmos sobreviver à experiência, não houvesse o mecanismo de memorização, certamente que na próxima ocasião, já debilitado pela ocorrência anterior, meu corpo não suportaria a repetição. Memorizada a experiência está resolvido o problema. Temos então a seguinte condição; cinco sentidos físicos à avaliar meu mundo e escolher aquilo que é mais adequado à minha sobrevivência, e um outro sentido encarregado apenas de documentar tudo aquilo que estes percebem, ou experimentam. Se temos os olhos para expressar visão, os ouvidos para audição, a língua para o paladar, o nariz para o olfato, e todo corpo para as sensações tácteis, temos o cérebro para memorizar tudo que percebem estes sentidos, seria ele o recipiente, o órgão hospedeiro de um sentido aferidor dos outros sentidos. Assim, pela lembrança sabemos que eventos podem nos prejudicar e quais podem nos agraciar. Um evento, qualquer que seja, nunca poderá estar dissociado do seu objeto, a causa que o motivou. Desse modo, há sempre um objeto que nos conecta diretamente com qualquer problema, de qualquer natureza, cujo resultado seja insatisfação ou prazer.
Se temos receio de alguma coisa, descobrir que temos este receio, não resolve nada. Temos medo de muita coisa, medo de não ser bem sucedido, medo de não agradar ao esposo ou a esposa, medo de não vir a ser qualquer coisa. Saber disso não ajuda em nada a superação destes medos. A solução mais simples para se atravessar um rio caudaloso, certamente que não é construir uma ponte, principalmente se estamos com pressa e não temos os recursos para isto. Pode ser nadando, e posso ficar horas ou dias imaginando o que pode me acontecer se tentar atravessar a nado. Mas, e se o rio apesar de caudaloso e da aparência feroz, for raso e as corredeiras fracas? Poderia então atravessar simplesmente caminhando. Mas para descobrir se ele é raso, preciso me aproximar e examinar suas águas, e conhecê-lo melhor, coisa que a especulação causada simplesmente por temer suas águas turvas, não me deixa fazer. Mas o que é o medo afinal de contas, um estado emocional, um mecanismo de origem natural do qual foram dotados todos os seres vivos, ou algo exclusivamente humano? Ter medo é uma condição essencialmente racional e emocional, pois só podemos temer aquilo que conscientemente seja capaz de nos fazer algum tipo de mal, algo conhecido. Sabemos o que sentimos quando a sensação de medo toma conta de nós, e é quase certo que também sabemos o porque, pois não podemos imaginar um receio sem motivo. Uma coisa é certa, como não existe medo sem causa, a causa de qualquer medo é o próprio medo. Podemos perceber isso no exato momento em que estamos sentindo algum tipo de medo. A causa nesse momento pouco importa, mas o que estamos sentindo importa e muito. Fazendo isso, vamos ver o medo em atividade, o que ele causa em nós, o que estamos sentindo diante de sua manifestação. Se de um lado temos a causa que faz o medo explodir de dentro de nós, observar o que estamos sentindo naquele momento parece ser mais sensato que evitar a causa, o que origina esse medo. Evitando a causa, afastamos o temor, o que nos impede de ver o que é o medo. Questionar por que sentimos medo de alguma coisa, só tem algum valor prático se primeiro examinamos que tipo de sensação é aquela que estamos sentindo. Observar o que sentimos no exato momento do medo, é o mesmo que investigar a validade de sua causa, e não a origem, pois isso não ajuda em nada a superarmos nossos receios. Podemos deduzir que uma causa de medo é um trauma infantil qualquer, mas isso não resolve o problema. Apenas deixando o medo se manifestar a cada momento, sem rejeitá-lo ou afastar sua causa, pode nos ajudar a transcendê-lo de uma vez por todas. Se estou me afogando e vejo um tronco no qual posso me segurar, pouco importa para mim saber de que tipo de árvore ele é. Assim, diante de um medo, é importante observarmos seu mecanismo de ação em nós, como está reagindo nosso corpo, quais são meus pensamentos naquele momento, se estou ou não confuso, o que de verdade me assusta, sem justificativas, sem ressalvas, sem as costumeiras explicações que fundamentam e dão razão a esse medo. Examinando o medo em atividade, temos uma real chance de compreendê-lo. Mas nós sempre o rejeitamos, sempre o justificamos, sempre valorizamos mais a causa que seu efeito, e por isso nunca somos capazes de ficar livres dele. Uma causa de medo, que é o próprio medo, quase sempre oculta muitas outras causas, de muitos outros medos, um verdadeiro labirinto onde estão escondidas coisas que queremos ocultar de nós mesmos, ou de todos. Descobrir do que temos medo só tem valor se estivermos dispostos a descobrir porque o temos, e descobrir porque o temos, só tem valor se estivermos dispostos a compreender esse medo, como ele é capaz de nos afetar emocionalmente, sentir seus efeitos para sabermos o que é. Só após isso, podemos saber porque o tememos, isso é o mesmo que conhecer sua estrutura. Em contato direto com ele, não com as explicações que o caracterizam, não com os motivos conscientes ou inconscientes, mas frente a frente, conhecendo como age em nós, podemos finalmente questionar, se tem fundamento sua existência. A causa de uma raiva, o motivo que desperta em mim o estado de raiva, existe apenas porque há o veículo, que sou eu, onde ela pode se manifestar. Entretanto, ela só se manifesta se a causa existir. Desse modo, se sem a causa, o estado raiva não se manifesta em mim, posso concluir facilmente que a causa é a própria raiva, e como a causa é pessoal e afeta a mim, sem mim não existiria o motivo, que é a raiva, então eu sou a própria raiva. Assim, como na natureza não existe o estado medo, ou alegria, ou ódio, ou qualquer outro, posso concluir que eu sou o responsável pela existência de todos estes estados. Se todos estados emocionais do homem demandam um motivo para existir, estes motivos foram criados pelo próprio homem. Realização pessoal ou coletiva são condições que não existem na natureza. A natureza não tem sentimentos, não sofre, não criou os motivos que angustiam e levam o homem ao medo e ao sofrimento. Se existe em nós a busca constante de algo que nos garanta para sempre satisfação, haverá em oposição a possibilidade de não lograrmos êxito nos empreendimentos que elegemos como necessários, como pré-requisitos à nossa felicidade. A dúvida faz parte de nossas vidas, já que o desejo de obter alguma coisa, o desejo de poder mais, de saber mais, e tantos outros, que é a motivação de todo homem, sempre terá pela frente o processo de escolha, e se escolhemos é porque nunca temos certeza de que estamos fazendo a coisa certa, o resultado; conflito, ilusão, angústia, medo. Saber que temos medo, todos sabem; saber do que temos medo, isso também sabemos pois o motivo é o próprio medo. Questionar porque temos medo de tais coisas, pode ser o inicio da liberdade, mas a cura pode estar em descobrir o que é o medo. Normalmente não queremos nos aprofundar nos motivos que despertam em nós medo, eles podem revelar particularidades nossas que queremos ocultar. Assim, compreender o que é o medo, pode revelar porque as causas, são particularmente para nós um problema. Se me sinto inseguro por ser incapaz de assumir responsabilidades, preciso me perguntar qual é o verdadeiro motivo dessa insegurança. Mas o que normalmente ocorre é que a palavra insegurança, já tem seu próprio significado, e o conceito por trás da palavra me impede de prosseguir em minha busca por respostas. Ser inseguro é ser medroso, é ser covarde, é não ser capaz de assumir riscos, etc. Mas esta descrição está muito longe de significar o estado de insegurança em si, e assim, ao me deixar envolver pela descrição, não me permito compreender seu significado. A coisa é simples, se sou inseguro, há um motivo, sem motivo não haveria insegurança, e isso deveria me bastar para compreender a coisa. Mas o que fazemos é buscarmos imediatamente uma maneira de nos livrarmos dessa insegurança, uma fórmula mágica que elimine de nós tal estado emocional. Mas sem compreender o que significa o estado insegurança, seu real significado em mim, o que sinto quando ele se manifesta, ele não passará de um conceito, será apenas uma palavra a designar algo que desconheço. Como me livrar de algo que desconheço? Certamente que não há como. Preciso então ignorar o que há por trás do conceito insegurança, isso não importa, e sim o que sinto. Ciente do que sinto quando estou inseguro, poderei compreender o que é insegurança, saberei porque me afeta, saberei qual a sua causa, saberei o que fazer para enfrentar o problema.
Texto de Anne Marie Lucille
segunda-feira, 29 de janeiro de 2007
Autenticidade e grosseria

'É interessante observar o quanto o ato de dizer a verdade se confunde com ser uma pessoa autêntica. Há várias maneiras de se ser uma pessoa autêntica e sincera, assim como há várias maneiras de se dizer a verdade a alguém. Muitas vezes, percebo que autenticidade se confunde com grosseria e que dizer a verdade se confunde com ferir os outros por meio de palavras usadas inadvertidamente. Nesse sentido, verdade e autenticidade podem se tornar formas de violência.
Dizer tudo o que se pensa, por exemplo, não é ser necessariamente autêntico, mas pode ser um gritante sinal de imaturidade, inconseqüência e descontrole. Pois nem tudo o que pensamos ser verdade pode ou deveria ser dito a qualquer um e, muito menos, de qualquer modo. Deve existir um contexto, uma situação que propicie essa atitude e que a torne válida, onde aquele que ouve deve, de fato, estar preparado e querer ouvir.
Ser verdadeiro e autêntico consigo mesmo é sempre o primeiro e mais importante passo. Não se auto-iludir é uma atitude primordial para se estabelecer a verdade e a autenticidade nas relações com os outros. Agir baseado no medo ou na incapacidade de aceitar as coisas como são em realidade gera sempre violência, mesmo que de forma camuflada, velada e, a princípio, sutil.
Dizer a verdade sempre faz bem ao corpo e à alma e é fundamental. Ser você mesmo, apesar das opiniões e dos modismos em contrário, sempre dá mais trabalho e exige muito mais daquele que a isso se propõe. Mas, ao mesmo tempo, traz muito mais segurança, determinação, conhecimento, sensibilidade e paz de espírito.
Gostaria de colocar aqui que todos os grandes sábios sistematicamente esperaram ser questionados antes de dizerem as verdades mais essenciais e profundas da existência, e que, ao fazê-lo, procuraram agir sempre da maneira mais inteligível e sensível. Eles sempre procuraram unir a verdade à não-violência - o que não significa que suas palavras fossem sempre agradáveis.
Nesse aspecto, lembro-me de uma passagem narrada por Alice Christensen, no livro O Yoga do Coração, onde seu mestre Lakshmanjoo elucida bem essa questão ao lhe contar uma história sobre um sábio que morava numa floresta. Diz ele:
"Certo dia, o sábio viu um cervo correndo pelo caminho, e atrás do cervo veio o caçador. Este aproximou-se do yogi e perguntou-lhe se ele tinha visto um cervo e se sabia em que direção ele tinha ido. O sábio respondeu: 'Meus olhos viram, mas meus olhos não falam. Minha língua fala, mas ela não viu.' "
Por tudo isso, penso que esse seja o ponto exato, e mais apropriado a ser considerado, ao nos posicionarmos em relação à verdade, à autenticidade e à não-violência, especialmente quando lidamos com outras pessoas.'
Por Rosana Biontillo
O vestido

AMORES MAL RESOLVIDOS - Arnaldo Jabor

Olhe para um lugar onde tenha muita gente: uma praia num domingo de 40º umaestação de metrô a rua principal do centro da cidade.Metade deste povaréu sofre de Dor de Cotovelo. Alguns trazem dores recentesoutros trazem uma dor de estimação mas o certo é que grande parte dessesrostos anônimos tem um Amor Mal resolvido uma paixão que não se evaporoucompletamente mesmo que já estejam em outra relação.Por que isso acontece?Tenho uma teoria ainda que eu seja tudo menos teórico no assunto. Achoque as pessoas não gastam seu amor. Isso mesmo. Os amores que ficam nosassombrando não foram amores consumidos até o fim. Você sabe o amor acaba.É mentira dizer que Não. Uns acabam cedo outros levam 10 ou 20 anos paraterminar talvez até mais. Mas um dia acaba e se transforma em outra coisa:lembrança amizade parceria parentesco e essa transição não é dolorida seo amor for devorado até o fim. Dor de cotovelo é quando o amor éinterrompido antes que se esgote. O amor tem que ser vivenciado. Platonismo funciona em novela mas na vida real demanda muita energia semfalar do tempo que ninguém tem para esperar. E tem que ser vivido em suatotalidade. É preciso passar por todas etapas:atração-paixão-amor-convivência-amizade-tédio-fim. Como já foi dito estetrajeto do amor pode ser percorrido em algumas semanas ou durar muitos anosmas é importante que transcorra de ponta a ponta senão sobra lugar parafantasias idealizações enfim tudo aquilo que nos empaca a vida e nosimpede de estarmos abertos para novos amores.Se o amor foi interrompido sem ter atingido o fundo do pote ficamosimaginando as múltiplas possibilidades de continuidade tudo o que a gentepoderia ter dito e não disse feito e não fez. Gaste seu amor. Usufrua-o atéo fim. Enfrente os bons e maus momentos passe por tudo que tiver quepassar não se economize. Sinta todos os sabores que o amor tem desde oadocicado do início até o amargo do fim mas não saia da história na metade.Amores precisam dar a volta ao redor de si mesmo fechando o próprio ciclo.Isso é que libera a gente para ser feliz novamente.
Especiais da Rede Globo- Tom E Chico

Tom Jobim
Parece que dizeste amo, Maria